O uso de recursos e vídeos criados com inteligência artificial tem gerado diversas discussões. Especialistas, legisladores, artistas e representantes da indústria divergem sobre os impactos positivos e negativos dessa prática.


1. Autenticidade e confiança na informação: como saber o que é real?
A IA já consegue gerar vídeos visualmente idênticos aos reais. Isso ameaça a noção de verdade visual e compromete a confiança em imagens como evidência.

2. Uso indevido de imagem e voz: a quem pertence um rosto ou uma voz?
Casos de uso não autorizado da imagem e da voz de artistas, jornalistas e pessoas comuns estão cada vez mais recorrentes. Há controvérsias sobre o limite entre simulação e substituição.

3. Regulação e responsabilização: quem responde pelo conteúdo gerado por IA?
Poucas leis cobrem especificamente conteúdo sintético. Com isso, muitas empresas utilizam vídeos gerados por IA sem assumir responsabilidades legais por eventuais danos causados.

4. Impacto nos empregos: a IA substituirá roteiristas, editores e atores?
Profissionais do audiovisual temem perder espaço com a automação de tarefas criativas. A greve de roteiristas e atores de Hollywood, em 2023, incluiu cláusulas específicas contra o uso irrestrito da tecnologia.

5. Educação e manipulação: a IA educa ou manipula?
Embora a IA tenha mostrado resultados promissores em contextos educacionais e publicitários, também tem sido usada para manipular emocionalmente e aplicar golpes.


Vídeos hiper-realistas criados por IA facilitam a produção de deepfakes, que alimentam fraudes, desinformação e golpes financeiros. No Brasil, esse tipo de crime já representa cerca de 27% das ocorrências envolvendo IA.

Segundo uma pesquisa da iProov, menos de 1% da população nos EUA e na Europa consegue identificar corretamente conteúdos falsos gerados por IA, o que demonstra uma vulnerabilidade generalizada em todas as faixas etárias.

No Brasil, dados da Kaspersky indicam que 60% dos brasileiros ainda não sabem o que é deepfake. Muitos compartilham vídeos e imagens manipulados sem perceber, o que agrava o problema.


A inteligência artificial reduz custos e acelera a produção de conteúdo. Mesmo quem tem orçamento limitado consegue criar vídeos com recursos avançados, como avatares, narração e animações.

A tecnologia permite adaptar rapidamente um mesmo vídeo para diferentes canais, idiomas e públicos. Com legendas automáticas, traduções simultâneas e dublagens realistas, a IA amplia o alcance e a acessibilidade das mensagens.

Também há ganhos na educação. Um estudo da University College London (UCL) mostrou que vídeos produzidos com IA podem ser tão eficazes quanto materiais tradicionais na retenção de conhecimento e no engajamento de adultos.


  • Seja transparente: informe quando um conteúdo foi criado ou editado com IA.
  • Peça autorização: obtenha consentimento formal para o uso de imagens, vozes ou personas reais.
  • Verifique antes de publicar: revise manualmente o material para evitar erros e vieses.
  • Siga boas práticas: alinhe-se a diretrizes éticas, legais e regulatórias, como LGPD, políticas internas e normas internacionais.

E você, é a favor ou contra o uso da IA na criação de vídeos e outros conteúdos digitais?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *